Quase todo mundo usa, mesmo que esteja tentando não usar

A linguagem falada é um fluxo de som do qual o ouvinte precisa separar as palavras para entender o que o falante está dizendo. Mesmo antes do nascimento de um bebê, o processo de aprendizado da língua já começou. No terceiro trimestre da gravidez, quando os ouvidos da criança estão suficientemente desenvolvidos, os padrões de entonação da fala da mãe são transmitidos através dos fluidos no útero.

E quem não adora “conversar” com o bebê mesmo quando ele ainda é pequenininho? Na maioria das vezes usamos uma linguagem especial chamada pelos especialistas de “baby talk”, mas conhecido ainda como “tatibitate”. Não apenas as mães, mas pais, estranhos e até crianças de três anos de idade o usam quando conversam com um bebê. Quase todo mundo usa, mesmo que esteja tentando não usar.

Comparado à fala dirigida ao adulto, a fala direcionada ao bebê tem mais emoção, independentemente das palavras reais usadas. Tem um tom mais alto e mais padrões de subida e descida que atraem a atenção das crianças. Também possui vogais e consoantes hiper articuladas que exageram as diferenças entre os sons.

Acontece que esse exagero ajuda no desenvolvimento da linguagem. Quando as mães usam vogais mais exageradas na fala com os bebês, eles conseguem distinguir melhor os sons da fala. E vogais exageradas ajudam as crianças a adquirir vocabulários maiores.

O ideal, de acordo com fonoaudiólogos, é que o baby talk seja um processo utilizado até os dois anos. Após isso, o bebê já domina as estruturas básicas da língua, por isso, se a criança continuar recebendo esses estímulos após essa idade, é possível que ela atinja os cinco ou seis anos falando como bebês.