ADAPTAR NÃO, ACOLHER!

Você conhece um dos grandes pesadelos dos pais e uma das maiores preocupações da escola? 

Com certeza já o vivenciou ou ouviu algum relato daqueles momentos em que os alunos de anos iniciais demonstram não se sentirem à vontade para deixar a família e vivenciar a vida escolar. Esse desconforto fica evidente através dos olhares baixos, braços cruzados e o temido choro, que toca profundamente as emoções de todos os envolvidos.

Quanto tempo dura a adaptação escolar? Ela acontece na primeira semana de aula, quando os pais são autorizados a ficar nas dependências da escola?

A resposta é: não existe um tempo determinado para essa fase. Aliás, “adaptação” não deveria ser seu nome, e esse não deveria ser o objetivo final. O que uma escola deve proporcionar para qualquer aluno, em qualquer época do ano letivo, é o ACOLHIMENTO.

Promover a adaptação é realizar o ajuste do aluno à escola e à turma. Mas promover o acolhimento é oferecer abrigo, atenção e afeto; é ouvir e entender o momento de sofrimento, que é individual no processo de ser inserido em um ambiente novo.

Esse período deve contemplar uma verdadeira rede de apoio. Os pais devem ser orientados em como proceder de acordo com o que a escola deseja propor; o ideal é que eles estejam disponíveis durante um tempo, para que sejam vistos pelos filhos fazendo parte daquele novo pedacinho de sua vida. O professor, além de ser orientado, deve receber apoio para conseguir conduzir a turma e abrigar o novo aluno. O que não é cabível é a pressa, o julgamento e a comparação entre o tempo que cada aluno usa para vivenciar sua adaptação.

Dessa maneira, com tempo, brincadeiras, valorização e muito carinho, o acolhimento resulta em alunos integrados e prontos para aprender.

Flávia Pincinato

Coordenadora