Elaine Afonso Orives Pinto

Em “O Poder do Hábito”, o autor toca em um assunto muito importante, que é a criação de hábitos corretos. Durante o período de dois anos, foram realizados estudos com uma jovem que transformou quase todos os aspectos de sua vida. Parou de fumar, correu uma maratona e foi promovida. Estudiosos descobriram que os padrões dentro do cérebro dela, ou seja, seus hábitos, foram modificados e isso foi fundamental para que todas essas mudanças ocorressem.

Após a leitura de centenas de artigos acadêmicos, entrevistas com mais de trezentos cientistas e executivos, além de pesquisas realizadas em dezenas de empresas, Charles Duhigg, elabora em “O poder do hábito”, um argumento animador: a chave para se exercitar regularmente, perder peso, educar bem os filhos, se tornar uma pessoa mais produtiva, criar empresas revolucionárias, ter sucesso e entender como os hábitos funcionam. Transformá-los pode significar a diferença entre fracasso e sucesso, vida e morte.

Nesse livro, Duhigg conclui por que algumas pessoas e empresas têm tanta dificuldade em mudar, enquanto outras o fazem da noite para o dia. Ele descobre, por exemplo, como hábitos corretos foram cruciais para o sucesso do nadador Michael Phelps, do diretor executivo da Starbucks, Howard Schultz, e do herói dos direitos civis, Martin Luther King Jr., tendo como exemplo que todos eles começam com um padrão psicológico, primeiro há uma sugestão, ou gatilho, que diz ao cérebro para entrar em modo automático e desdobrar um comportamento. Depois vem a rotina, que é o comportamento em si. É preciso modificar os padrões que moldam cada aspecto da vida para alterar um hábito. Sendo assim a pessoa ganha a liberdade e a responsabilidade, para começar a trabalhar e refazê-los.

Duhigg cita um exemplo de si mesmo, ele explica como conseguiu parar de comer cookies no meio do dia e o hábito que o levava diariamente a uma cafeteria para comê-los, mesmo sem fome, sendo que essas visitas diárias ao lugar ocorriam por necessidade de solicitação. Para isso, ele refez seu hábito, e passou, sempre no mesmo horário, às 15h30, levantar de sua mesa de trabalho e procurar alguém para conversar por 10 minutos. Com isso, parou de comer os cookies.

A prática é um dos segredos para a mudança, por isso tarefas que no início parecem complexas, como aprender a tocar violão e falar uma língua estrangeira, podem se tornar muito mais fáceis depois de executadas inúmeras vezes, e por sua vez, os maus hábitos, como fumar e beber demais, podem ser superados quando as pessoas aprendem novas rotinas e praticam incessantemente.

Segundo Duhigg, há ainda os chamados “hábitos mestres”, capazes de desencadear uma série de reações no modo da pessoa organizar sua própria vida. Um bom exemplo de um hábito mestre é o exercício físico, quando as pessoas começam a se exercitar regularmente, começam a mudar outros comportamentos que não estão relacionados à atividade física, passam a se alimentar melhor e a acordar mais cedo, fumam menos e se tornam mais pacientes. Não se sabe ao certo porque isso ocorre, mas está provado que exercício físico é um hábito mestre, que propaga mudanças em todos os aspectos da vida.

Uma vez que as pessoas são capazes de compreender o papel dos hábitos em suas vidas, o principal desafio é transformá-los de acordo como cada um quer. Hábitos ditam muito das atividades das pessoas e dizem muito sobre quem elas são. Entendê-los é o primeiro passo para que as pessoas sejam capazes de transformar sua vida, sua produtividade e seus resultados nos negócios. Quando as pessoas se tornam melhores naquilo que elas repetem constantemente, isso torna-se um hábito.

 

Comentário: O livro traz muitas informações interessantes que nos fazem analisar melhor nossas rotinas e repensar sobre os nossos hábitos. Mas o mais importante é que mesmo os hábitos que já possuímos podem ser modificados quando praticamos para que essas mudanças se tornem novos hábitos.