Série: Verbos Para conjugar em família

“Estou criando meu filho para o mundo!”; “Ele vai ser o que quiser, não vou interferir.”

Essas duas falas refletem o pensamento de muitos pais na pós-modernidade. A primeira refere-se à criação para fora, para o que a vida proporcionar. É, portanto, uma educação que prepara para o que vier e não para algo previamente definido. A segunda refere-se a deixar o filho livre para escolher o que ele quiser. À primeira vista, essas duas frases parecem concordar. Ambas têm um tom de liberdade. Uma leitura mais analítica vai mostrar que são ideias incoerentes.

Criar o filho para o mundo é prepará-lo para absorver tudo o que o mundo oferece. Como ele vai escolher o que quiser se foi preparado para escolher o que o mundo oferece? Temos uma geração inteira de jovens que não sabem fazer escolhas porque cresceram sem valores absolutos, sem convicções que norteiam o que devem fazer. O mundo não quer o bem de nossos filhos. O mundo é um sistema de conceitos, valores e comportamentos que se opõem à verdade, a tudo o que Deus diz ser justo e bom. É um arranjo de ideologias que cativam corações e acabam por dominá-los e dirigi-los. Quem cria o filho para o mundo pensando que está dando liberdade, está, na verdade, entregando-o a um cativeiro. Mergulhado nesse sistema, a criança se torna um adolescente que pensará estar agindo pela própria cabeça, mas, na verdade, estará agindo com uma cabeça feita pelo sistema. É estranhamente comum crianças e adolescentes chegarem às salas de aula do Fundamental defendendo, por exemplo, o homossexualismo sem qualquer questionamento. Será que isso veio da liberdade de pensar ou da condução do pensamento feita por diversas formas de mídia que servem ao sistema do mundo?

Filhos não nascem prontos, precisam ser guiados. Educar é gerar a capacidade de pensar e agir corretamente a respeito de tudo o que se vê e se ouve. Pais receberam filhos para ensinarem no caminho em que devem andar, não para deixá-los construir seus próprios caminhos. Pais foram chamados a ouvir o que o Pai desenhou para cada um de seus filhos. Não existem pessoas criadas para qualquer coisa. Todas foram feitas para um propósito claro. Cabem aos pais descobrir esse plano individual de Deus para cada filho e serem cooperadores dele na construção de cada história.

Depois de descobrir é preciso ensiná-los. Ensinar a preferir o que é melhor, a preferir o que Deus pensa. Ninguém tem maior amor e melhor intenção que ele. O próprio Deus afirma (Jr 29.11) que os pensamentos dele a respeito de cada pessoa têm a capacidade de lhes dar esperança e futuro.

Depois de ensinar é preciso conduzir, ajudar o filho a viver o que aprendeu. Isso requer proximidade, verdade e intencionalidade. Seu filho irá para quem der mais por ele. Não deixe outro ganhar de você. Seja próximo o suficiente para deixar claro que ele está seguro porque você não vai deixá-lo. Faça da verdade seu estilo de vida e isso vai contagiar seu filho. Autoritarismo não conquista, autoridade baseada na influência pelo exemplo atrairá e protegerá seu filho. Essa verdade precisa ter uma intenção clara de levar seu filho a conhecer aquele que é a Verdade em pessoa. Ideias filosóficas podem interferir em pensamentos, mas não transformam pessoas. A verdade a que me refiro é muito mais que palavras. É Jesus com tudo o que ele é, viveu e ensinou. O pai que ama precisa ter a intenção de levar o filho a conhecer Jesus. Como ele mesmo disse: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. Liberdade, portanto, não se adquire quando vivemos soltos, mas quando escolhemos viver apegados ao único que realmente pode tornar alguém livre. Seja próximo e seu filho será apegado; seja verdadeiro e seu filho desejará a verdade; siga Jesus e seu filho terá a mesma intenção. Não tenha receio de guiar. É maldade deixar nossos filhos para o mundo, é uma lástima deixar nossas crianças entregues a si mesmas. Somos pais? Temos que interferir no que eles aprendem. Amamos? Então vamos escolher conduzir nossos filhos, mesmo que isso custe nosso tempo, nosso investimento, nossa vida.

Para os pais pensarem e conversarem:

  1. Conhecemos realmente o que nossos filhos pensam e sentem?
  2. Interferimos no que eles veem e ouvem ou os deixamos vulneráveis ao que a mídia ensina?
  3. Quem são nossos filhos e qual é o propósito de cada um deles?
  4. Como podemos interferir positivamente para que nossos filhos sejam o que foram criados para ser?

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Bom tempo juntos!

Tony Felicio

Professor de Valores Para a Vida